As pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as idiotas estão cheias de certezas

Frase que dá o título a este artigo (publicado no Jornal de Navegantes) foi proferida em 1930 por Bertrand Russell (matemático e filósofo Galês).

Abordo o tema diante do que se vê e se lê nas redes sociais. Como professor que sou, sinto-me constrangido ao ver publicações replicadas por pessoas que, teoricamente, tem formação superior e acesso ao conhecimento.

Contudo, são os discursos idiotas os que mais tem conseguido reunir adeptos, formar convicções e opiniões e ainda se orgulham das bobagens que distribuem.

Importante destacar que a idiotice não é privilégio desta ou daquela corrente ideológica, religião ou formação. Só para exemplificar: tem feminista louca que diz que estudar biologia é coisa do século passado; tem mulher conservadora, que garante que o caráter se mede pela roupa que se usa, e faz vídeos com aquele shortinho curto; ou ainda tem aquele jovem que defende que a terra é plana.

As sandices da idiotice estão emprenhadas em grupos. Em grandes grupos. E, se você discorda, você é atacado com violência e agressividade. Com idiota convicto você não consegue debater porque ele é incapaz de apresentar argumentos. Ele combate o interlocutor e não o que este pensa.

Os idiotas se sentem bem seguros de si e convictos do que defendem cegamente.

O idiota convicto se apega ao que pensa a maioria. Foi a maioria que colocou na fogueira Giordano Bruno em 1600.

O ato de pensar te faz mudar de opinião é dói.

A morte de Giordano Bruno foi desejada, aclamada e aplaudida por uma maioria, uma maioria que estava totalmente errada.

Mas, antes que os insanos idiotas venham me atacar, preciso contar o que aconteceu com Giordano Bruno. Ele foi um filósofo, matemático, teólogo e religioso italiano, que vivei entre 1548 e 1600 e defendia a teoria heliocêntrica, afirmava a existência de outros mundos e ainda questionava a natureza divina de Jesus Cristo, da forma como era apresentada pela igreja na época

Naqueles tempos dizer que o centro do universo era o sol (teoria heliocêntrica) era uma heresia. Em 1576 foi expulso de Nápoles onde estudou e se formou padre. Deixou a batina, passou a lecionar em Paris, Londres e em Helmstedt (Alemanha). Por causa de suas teorias era expulso dos lugares por onde passava.

A Inquisição (Tribunal da Igreja que tinha o objetivo de combater os hereges e condenar as teorias contrárias aos dogmas do cristianismo) exigiu a retratação integral de suas teorias. Giordano Bruno defendia que o Universo era infinito e estava inacabado. Ele não se retratou e um julgamento público o levou a morte em uma fogueira.

As suas teorias estavam corretas. Aliás, o precursor desta teoria do heliocentrismo foi Nicolau Copérnico, mas foi Giordano Bruno que perdeu a vida por causa dela.

Somente a dúvida faz você aprender. Pense nisso!

Escrito por: Prof. Tarcísio Weise – presidente do Instituto IVES.

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